sábado, 26 de junho de 2010

(Mantenha-se) Inconsciente

Não acorde!
Não abra olhos, não se ponha o real...
Ou verá a meia luz se tornar escuro
E o que antes era claro se tornará confuso
Impuro.

Não queira sair deste lugar seguro que construístes.
O sair, só pode ocorrer uma única vez.
O apaixonar não será o felino carinhoso que conheceste
E a responsabilidade se espalhará feito peste.

Teu amor não retribuirá tudo o que tanto lhe destes
Pois na vida real, ele não passa música
E a música nunca fica.
Sua melhor amiga, a melancolia,
Noite e dia
Inimiga
Se intensifica...

Se abrir os olhos, cuidado.
Aquela meia-luz, pode também se tornar ofuscante.
E o que era fogo constante,
Logo terá se queimado.

O medo, de rato, se tornará elefante
E deves aprender a domar este gigante
Antes que se torne sufocante.

Não abra os olhos, eu te suplico!
Nessa tal vida real
Não posso ser ter amigo...
Se acordares, não mais existo...
Desisto.
Des-Existo.

Se não me queres mais teu amante,
Calarei.
Mas entendas que, se aqui tu eras rei
Restará apenas o vazio.
E eu, que antes falante
Aqui, silencio.

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