segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A chuva

(subindo de volta ao cavalo. muitos tropeços, mas um dia eu chego lá!)
Ç:


"Eu e a água temos um relacionamento bem legal. Eu a adoro, e ela me faz bem.
Eu aguento tranquilamente as goteiras em casa, o papel higiênico rasgando fora do picote, o meu cabelo se mostrando competamente rebelde, e o meu nariz às vezes escorrendo.
Porque, quando eu acordo, ele não está mais entupido e eu enfim respiro fundo sem tossir.
O dia fica mais brilhante, e o mundo parece meio que de ponta cabeça, se olho por detrás de uma gota alcalina. Os passarinhos ainda cantam, mas as pombas foram se esconder. E um ou outro beja-flor mais aventurado mata a sede numa poça que se fez logo abaixo da minha janela, por causa da água corrente descendo do telhado.
A gente se aquece por entre as cobertas, nossas bocas viram chaminés das mais simpáticas, e a casa transpira, quente, viva.
O canteiro fica mais verde, as folhas tremecem a cada gota que bate nelas, dançando num ritmo tranquilo e de certa forma, aconchegante!

Quando enfim escurece, o sereno toma conta e se apossa de tudo que se diz de um outro alguém. A rua vira uma só, e é da Natureza.
E quando vou dormir é como se todos esses: o som, o cheiro, e a cor, me pusessem na cama e me dessem um beijo na testa, daqueles que penetram até o cérebro, e fazem meus pensamentos correrem mais lentamente, para uma boníssima noite de sono..."