segunda-feira, 29 de novembro de 2010

365

Faz tempo desde o último.

"Eu cansei de todos eles que querem ser você. Só você consegue me arrepiar apenas com o inspirar."

Leminski diz:

Dos terceiros, parte II

Engraçado. Talvez por ter tanto, e por tanto tempo feito das palavras dos outros as minhas, parece que suas vontades e vícios têm se tornado os meus.
A bebida, a euforia, o cigarro, o joelho, o cansaço, a confusão e a depressão.

E eu pergunto novamente: Onde é que a minha vida foi parar?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Passagem

Está deitada. Os carros passam rápido demais, por aquele pequeno vão entre os prédios vizinhos, deixando a mostra alguns metros de avenida.
A buzina ganha uma musicalidade: tempo, contra-tempo, retardando e crescendo.
O tecido se move muito lentamente. Lentamente até demais. É cansativo.
Direciona o olhar para outra coisa.

Estranheza

Não espere de mim reflexões que clarearão sua mente, vida. Reflexões, como o próprio nome demonstra, não passam de algo que já existe, visto duma outra perspectiva. As coisas espelhadas.

Como sempre, estou incomodada. Incomodada pois tem me tomado uma estranheza muito grande, incontrolável e, até agora, inexplicável, por mim mesma. De não saber o que estou a sentir, pensar. Não é nada sobre o amor; Pelo amor de qualquer coisa, não transfiram as coisas estranhas para o amor. O (meu) amor não (me) é estranho.
Eu já sei que você, ao me conhecer, se tornar meu amigo e/ou ficar comigo dirá: "... Porque você é diferente."
É sempre assim. Eu sou diferente. Ouvir uma vez faz pensar: "Me destaco", "Sou encantadora, atraente aos que cansaram do ordinário". Ouvir sempre, é cansativo. Desmotivador, brochante.
Por quê diferente? Diferente do que? De quem? Para quem?
É chato. Não é que eu tente ser diferente... Muito menos igual. Não tento nada.
Se pinto o cabelo, não é buscar ser diferente. Se visto uma roupa, não é para me destacar. Se é que dá para explicar, é, no mínimo, para me encontrar. Se me canso de ver tantas faces iguais todos os dias ao escovar os dentes, pentear o cabelo, espremer espinhas; também me canso de ver tantas faces, tantos corpos, tantas posturas repetidamente.
Se busco o não-usual (diferente), busco em mim, para mim. E por que sou a busca dos outros pelo anormal?

De fato, sinto vontade todos os dias, de me disfarçar de todas as outras e, enfim, não ser "Porque você é diferente".
E se busco o diferente, ser atrelada repetidamente ao mesmo adjetivo não é ser diferente. É ser sempre igual.

E essa estranheza me consome. Esse não-pensar, não-sentir, não-entender está tomando conta e meus olhos fi(o)caram vazios demais. E meu rosto refletiu nada demais. Essa euforia, desordem, caos, todos muito difíceis de traduzir, estão se tornando parte dessa que, para tantos, incansávelmente diferente.

Eu...

sábado, 20 de novembro de 2010

Onde quer que vá, onde quer que fique. Das confusões, ou enleios. Ilusões, quem sabe... Isso é um título?

Fico fazendo das palavras dos outros as minhas. Parece que minhas cordas vocais foram deixadas para lá.
Que meus ouvidos se tornaram daquelas coisas que parecem funis, que pegam o som do lado pequeno e transmitem do lado grande, mais alto.
Parece que minha mente se tornou relógio, e tudo que penso é em detrimento dele. Tudo que passa por mim depende desse relógio, desse tempo que não existe, de fato.
Fico fazendo da arte dos outros, do grito dos outros, do olhar dos outros os meus.

Disse uma vez Hegel...

... "Só o movimento é eterno"
E, de fato, alguns compreendem.

sábado, 13 de novembro de 2010

Poema nº 29

"cabeça vazia
esvazia o papel

"É, Só eu sei..."

Eu só podia ter te amado!
E agora eu percebi. Não é porque você me pediu aquelas tantas vezes para namorarmos, porque eu esqueci que a gente tinha ficado e não quis te beijar no dia seguinte, ou porque você foi a minha primeira foda, ou porque a gente se acostumou uma com a outra, ou porque eu adotei parte dos seus vícios malucos de mim.
Neste exato momento, eu dei risada. É claro que eu mais do que me apaixonei. Amei.
E o pior é que ninguém mais terá o beijo que você tinha. Ninguém mais me terá como você tinha.
Não vou gostar tanto de alguém, não vou gostar tanto de sentir o cheiro, de sentir o peito, o beijo, quanto gostei dos seus. Não quero amar novamente... Quero apenas me apaixonar o suficiente para achar que sinto algo como você de novo.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Que dá, que dão, que dei, que deu.

- São sentimentos. Esses que dão, assim, de repente, sem explicar, e arrebatam, deixando rastros (ou não) assim que deixam sua hospedeira.
- Engraçado esse termo: Hospedeira. Quer dizer que sentimentos são como vírus?

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sozinho?

Gente, por quê? Me digam, por quê quem fala sozinho, quase nunca está de fato, falando sozinho??

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A outra (desilusão)

Das muitas paixões que tenho, algumas são mais duradouras.
Dessas mais duradouras, algumas são mais inconstantes e controladoras.

Desilusão

Outro dia, li um post de uma colega de Santos que contava como ela descobriu que amava um idiota, e que achava que isso nunca aconteceria com ela, mas aconteceu, e ele era, realmente, um idiota...
confesso: Quando li, disse o mesmo. "Isso nunca aconteceu comigo. Acho que nunca acontecerá."

Relaxei. passei a fazer as outras coisas da minha vida e, depois de alguns dias, mal lembrava do post, do idiota, ou da menina que não queria fazer papel de boba.