Das muitas paixões que tenho, algumas são mais duradouras.
Dessas mais duradouras, algumas são mais inconstantes e controladoras.
Fazia alguns anos que alguém preenchia o posto da paixão mais duradoura e, principalmente, da mais inconstante. No último ano, a sensação de posse (e não poder) sobre ela havia permanecido. Dela, criei uma regularidade, um padrão de um círculo que começava com a vontade dele, o conto sobre ele, o conto com ele, o encontro com ele, e por fim o cansaço dele.
É claro que, cada uma dessas fases tem inúmeras outras pequeninas-enormes fases que não vejo agora a menor necessidade de elucidar sobre.
Fazia ntão, alguns anos que eu cultivava um caso simples, complicado, claro e confuso. Mas era simples. Era gostoso, e era renovável.
Era escape.
O problema: O que era escape, agora é beco sem saída. o que era rota de fuga, agora é fim do caminho.
Não é que eu esteja desiludida. Apaixonada e desolada.
Mas é que agora, alguém não pode ser a minha desculpa pra fugir de tudo que me aflige, por algumas horas.
É que agora, alguém não pode me deixar louca, confusa, bêbada, excitada, irritada e então puxar meu braço para abraçá-lo a noite, cansados na cama.
É que agora me vejo desapaixonada, em contraste com as inúmeras paixões fortes e rápidas e, de certa forma, acalentadoras e seguras. Especialmente seguras.
É que, agora, resta ninguém.
O que eu faço agora? Para onde vou, para encontrar novas paixões, simples e anônimas? Onde estão as flores, o sussuro do vento, um olhar inseguro encontrando o meu na rua, desconhecidos?
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