sábado, 20 de novembro de 2010

Onde quer que vá, onde quer que fique. Das confusões, ou enleios. Ilusões, quem sabe... Isso é um título?

Fico fazendo das palavras dos outros as minhas. Parece que minhas cordas vocais foram deixadas para lá.
Que meus ouvidos se tornaram daquelas coisas que parecem funis, que pegam o som do lado pequeno e transmitem do lado grande, mais alto.
Parece que minha mente se tornou relógio, e tudo que penso é em detrimento dele. Tudo que passa por mim depende desse relógio, desse tempo que não existe, de fato.
Fico fazendo da arte dos outros, do grito dos outros, do olhar dos outros os meus.


E é aí que digo; Onde foi parar minha vida?
Alguns me responderam: No bolso de trás de um jeans pra lavar, em um GT ou comissão da campanha pela permanência estudantil, largado na rua, feito porcaria qualquer...
Acho mesmo que minha vida foi é parar na boca de outra pessoa. Nos ouvidos de terceiros, quem sabe na cabeça, ou coração de quem ainda os tem, e não precisa dos dos outros pra continuar, como eu mesma.
Ou quem sabe em uma dessas caixas fechadas sem nome, perdida entre tantas outras iguais.
Sei só que minha vida não está aqui comigo.
Sei só que vou encontrar somente quando não precisar mais.

É aí que eu entro. Vou esquecer mais um pouco dela, dar um descanso, ter um descanso. Logo menos ela aparece, provavelmente quando estiver procurando por outra coisa.

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