quinta-feira, 4 de setembro de 2014

saudade em viagem

Em 25/04 estava eu e minha fatídica companheira em Bodoquena, MS.
Escrevera acerca da saudade que me afligia.

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Saudade é ver e não tocar
Suspirar e não respirar
Sentir na garganta -
Bem no fundo - um gosto profundo.
Saudade é amar sem provar
Querer sem ter.
Uma partida - no coração,
Pula
Uma batida.

E assim, brega,
Um oceano,
Desintegra
A mim e a
Quem amo.

O coração
Bate na fartura;
Na miséria, soluça*;
Na saudade, urra.

Tem uma saudade que é faltar
Outra, que é saudosa.
Tem uma que é medo do acabar
Outra que é,  ao mesmo tempo, saudosa e temerosa - essa, audaciosa!
Tem uma saudade que é branda
E outra sisuda e graúda.
Pensando, assim, na saudade,
O fundo da garganta alaga em salgar...
Até se amarga.
Mas, sem muito alarde!
Apesar de ser essa saudade
daquela que arde
(Da parte de quem parte)
É fulgor
De amor,
Não de quem larga,
Mas de quem se (nos) alarga.

* A reprodução é menção ao conto que muito marcou o artista Maitan aqui. Do livreto "fome de tudo".

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