sábado, 21 de novembro de 2009

Ele.Ela

Esse também é outro do qual eu gosto muito. Nunca achei um nome muito legal, no entanto...

(odeio quando o blogger dá leg e todos os 'enter's ficam duplos.)

Mas eu te digo o seguinte; Ou será hoje, ou não será nunca mais, que eu encontro esse celular!

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Estavam à mesa do bar, todos amigos. Ela esperou-o sentar, para sentar-se exatamente na outra extremidade, longe e cheio de cabeças o suficiente para que ela não pudesse vê-lo, e ele precisasse se debruçar por cima de seu copo de cerveja se quisesse mandar-lhe aquele seu olhar sedutor que tanto funcionava.

Ele sentou-se logo, para dar à ela tempo o suficiente para pensar se sentaria ou não ao lado dele. Ela sentou-se exatamente na outra extremidade daquela longa e cheia de corpos mesa, e ele não podia olhá-la comer, nem viajar em seus pensamentos que se desenhavam por todos aqueles angelicais e desdenhosos cachos negros.

Todos gritavam e cuspiam seus amendoins enquanto gargalhavam e entupiam-se de cerveja, mas haviam dois olhares distantes, dois corpos inanimados, um exatamente na outra extremidade da mesa do outro. Ela não sentou-se ao seu lado, e ele não debruçou-se por cima de seu copo de cerveja para lançar-lhe aquele olhar sedutor que tanto funcionava...

Seu copo de cerveja acabara, e ele fora ao toilette, e parecia estar demorando demais, ela tinha a certeza de que ele encontrara outra garota, que não sentava-se exatamente na outra extremidade da mesa de onde ele sentava, e ele deve ter lhe lançado aquele olhar sedutor e deve ter funcionado. Ela levantou-se certa de que ia atrás dele e pegá-lo com outra que não tinha aqueles idiotas cachos negros que caíam no rosto sempre que se olhavam, e ia se trancar no banheiro até que todos fossem embora e ela pudesse sair, com os cachos cobrindo os olhos, que estariam inchados e vermelhos de tanto chorar. Enfim eles serviriam de algo.

Ela o encontrou encostado ao lado da porta do banheiro feminino, e ele sorrira por não estarem mais um exatamente na outra extremidade da mesa do outro e ele não precisasse se debruçar por cima de seu copo de cerveja para olhá-la. Ele agora não teria de ficar alí até que todos fossem embora, para depois sair, com os olhos marejados por ela não ter se sentado ao seu lado.

Ele estava só, encostado ao lado do banheiro feminino. A garota devia estar no banheiro e ela queria ver o que ela tinha de demais que o fizera lançar-lhe seu olhar sedutor, SEU olhar sedutor. Ela ia entrar no banheiro, e seus cachos tocaram suavemente o rosto dele. Ele deve achá-la uma boba, com esses cachos que atrapalham tudo! Ela entrou logo no banheiro, e não tinha ninguém alí. Ele deveria ter ficado alí para que ela fosse atrás dele, e ela fora. De nada
adiantara sentar-se por entre muitas cabeças, de nada adiantara!

Ela saíra, e ele estava agora na frente da porta, fitando-a, e ela pôde ver por entre seus cachos negros seu olhar sedutor, e ele era seu olhar, e de mais nenhuma garota..

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