sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Pensamento Noturno III


Numa madrugada qualquer, acomodados no sofá que agora não precisava mais esconder a marca da presença dele, estávamos eu e ele. Tradicionalmente levemente entorpecidos, mas totalmente consumidos pelas conversas infinitas e redundantes e quentes e frias e tenras e suaves.
"Vamos fazer uma lista um do outro!
Do que gostamos ou não gostamos, das coisas que a gente acha que o outro deve saber, em outros momentos que não só quando passamos horas assim... Semana que vem a gente se entrega."
"Eu não preciso de tanto tempo. Já sei tud o que quero te falar. Te entrego a minha amanhã!"



Não gosto q você acredite em verdades únicas, finais, ou absolutas. Entenda, concordo que exista uma essência, algo de invariável, ou NÃO-influenciável, inviolável. Absoluto e concreto, palpável, perceptível a qualquer olhar, independente do ponto de referencial. Mas a coisa da qual falo é você entender que pode encontrá-la(s) assim, facilmente, da forma como você me demonstra. Acho que esse encontro, essa busca - melhor dizendo - parte de um exercício interminável de procura, de (auto-) questionamento. Como eu disse da filosofia; Não encontrar uma verdade, mas sim, sempre buscar a análise ou interpretação cada vez mais distante da superfície (do aparente), e mais próximo (mas nunca acabado, final, esgotado) da realidade objetiva, nua, crua, exata (até porque, segundo meus referenciais de método analítico, devo [ou acredito que devo] me basear na movimentação, no decorrer, transcorrer, passar, caminhar, movimento não extinguível dos fatos, da existência, do mundo e das coisas que nele residem ou decorrem).
Talvez esteja divagando. Você sabe que isso é fácil e comum comigo. Ainda mais escrevendo, quando não tenho a limitação de tempo para expor tudo o que eu acho pertinente sobre alguma (ou qualquer) questão. Eu falo rápido por esse motivo, acho.
Inclusive, sei (ou acho) que seria melhor redigir esse raciocínio à mão. Com certeza dispersaria menos. Mas agora já comecei aqui. Falei-te, até, agora (quinta, 06am, sob o não-tão-raro efeito daquilo que você me deu, mas que não chama amor)...

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