sábado, 12 de abril de 2014

Solto e doido, feito o criador

Esses dias um amor sentou-se em frente ao meu notebook aberto, enquanto tocava alguma doidura como Raúl ou Vinícius cantado. Ele me acompanhava enquanto arrumava um pedaço da vida. Com ares de quem partia sem despedida. Entre dor de saudade pré-concebida e aconchego de nostalgia ainda-por-vir, ele deixa esse fluxo de pensamentos, um jogo de linguagem solto de doido, como só ele poderia ser. Cheios de memórias e palavras-chave, e com muito mais non-sense e coisas por descobrir.
Guardo aqui, para futuras consultas, embaçadas de saudade.

(Poema para Flavonóide)
anjo anseio
espiral vitral
surdo carranca
arranca seio
esvicera pira
marmanjo cêra
sal vive lira.
chora charco xêpa.
suave vândalo rinha
serve sérvio enxofre.
chofre chofer chapinha
supérfluo riso sofre
Raso corriqueiro inédito baluarte
parte vidro colorido calado
porte cedro lânguido esfolado,
chorável lirisse despencante telhado
chuva gotas garotas périplas mártires esgoto
calçado famigerado arrotado roto escroto
assaria infâmia colossal enrabar-te.
arte tenra fútileza bárbarema.
pretérito pretexto
pro funda mente vazio.
enchente dor leite late love.
deleite delate dilúvia.
cabe celibato acabe eu lhe bato.
Celebra. Lebre.
Libra celeste celeiro.
celenterada fibra miúda
sobra migalha rouca roça quebranto
sabre aguda agiota amianto.
pobre queda cartilagena.
cada cobre sobre listra lastro rastro histérica.
cabresto incestuoso estrelando.
camila. camela. comi-la. camélia.
separidão estupervamente gelesma.

blasfêmia. blarica. blastoise.
tudo blá-blá-blá.

(D. W. S.)

Nenhum comentário: