domingo, 13 de abril de 2014

Ansie-da-da-de

A ansiedade é uma fome que nunca cessa. Como uma boca de dentes afiados que não diferencia o preto do branco. Justíssima na sua insaciedade, quer mastigar tudo o que se encontra entre os meus limites e os seus. De fora de si para dentro de mim, conduzindo-me sem pressa à implosão, do fundo da garganta até as pontas dos dedos, do nariz, as pupilas e aquele ponto atrás dos joelhos que até então servia só para dar cócegas.
Vou preenchendo-me de tantas outras coisas para não me ver por ela consumida e, no medo de me perder me faço perdida por entre os estranhos e essa fome terrível dentro de mim.

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