quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Construção II


Construir um prédio novo.
Requer algumas habilidades, que hão de já ter sido desenvolvidas.
Na história dos presentes; no amanhã se encontram passado e presente.
No devir prédio, há todos nós, todos mesmos. Aqueles que até parasitas, servirão de base para estruturar o novo prédio.
 Não há como escolher; apagar o concreto com borracha de memória é impossível.
Há dor e sabor, da projeção à materialização. Saber apreciá-los é tarefa difícil.

São seis as mãos que constróem nosso prédio.
Prédio humilde e majestoso, ao mesmo tempo. Não sei nada além das mãos e o que delas sai.
Sua externalização e alienação; mãos que colocam pessoas para fora, em outras formas.
Tijolos, argamassa, amores e fetiches.

Talvez não estejamos construindo um prédio. Afinal, construir prédios inteiros a seis mãos é duro.
Talvez uma escultura pós-moderna, travestida de habitação.
De lar, somente nós três, mesmo.
Sob os braços de longas e curtas histórias, unidos por dedos entrelaçados.

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