sexta-feira, 6 de abril de 2012

De todos os auto-flagelos

Todos os dias eu atento contra mim. Não só eu; Todos nós atentamos contra nós mesmos, a todo o tempo.
A vida carrega o gérmen da morte. Todo dia, uma pequena pincelada na obra do fim.
De todos os auto-flagelos, o que eu mais gosto é dos meus joelhos coloridos. Das minhas pernas marcadas, do meu torso ressentido da(s) noite(s) anterior(es).
Gosto de puxar a calça por cima da canela e tocar um pedaço metafísico de você. Um pedaço da história de você, da tua mão.
De toda uma vida privada, ali. Ali está uma parte que não passou com o amanhecer. Que pernanece mesmo depois do banho, no café-da-manhã, na viagem de ônibus, na noite solitária seguinte.

Pois linhas se rompem redimensionando o espaço mais infinito que o de antes; Pois trafegam por entre lugares proibidos de você, de nossos corpos preenchidos.
De todos os auto-flagelos, este é o que gosto mais...

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