segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Se


Eu deito de barriga pra cima boto meus pés pra cima, brinco de exercitar aquele estranhamento de perder a normal.
Olho por cima de minha cabeça e vejo bolinhas descerem ao chão e sere tragadas para cima novamente. Como que seus destinos fossem se perder no além, ao invés de fatalmente encontrarem o chão firme.

Se eu deito de ventre ao céu, eu observo a borda do prédio e o contorno dos cabelos de Daniel.
Daniel tem cabelos castanhos e um sorriso meio caramelo, brilha bonito, muito doce. Ao olhar para Daniel assim, de baixo, posso mover a cabeça um pouco para a direita e ver seus fios castanhos brilharem combinando com seu sorriso. A aura dourada lhe faz jus.

Quando boto os olhos sobre os pés, sinto a coluna apoiar-me enquanto eles despressurizam do fardo de carregar-me, pesada que sou, quando tocam o chão que traga. Agora eles podem pender afavelmente, com a licença lírica.
Posso fingir andar sobre as nuvens, sair para além das paredes e todos estes ângulos quadrados chatos...

Este texto não tem fim, para manter a ilusão do sonho lúcido.

2 comentários:

Thaís disse...

Quando é que a gente vai escrever um livro?

FlapLop disse...

rsrs talvez depois que a árvore que plantarmos conseguir se sustentar sozinha