Eu gosto dos mistérios.
desconhecidos,
simbólicos,
falsos,
superficiais.
Gosto de me aventurar pelos que não conheço, não entendo.
Gosto dos que olham e não posso ver porque olham, ou
não posso entender o que olham.
Ler as pessoas torna se relacionar com elas mais difícil. Não é questão de presunção, não é como se eu me gabasse sobre conseguir entender facilmente as pessoas.
Não consigo entender as pessoas.
Mas entender o que o olhar está fitando, as imagens e cenas que passam por detrás dele, ouvir as vozes que eles querem
pensam ouvir. Se ver e se ouvir através dos olhos dos outros... As pessoas se tornam desprezíveis, enojantes muito facil e comumente.
Então eu gosto dos que me deixam desesperada.
Gosto dos que me fazem pensar se eu as olho da mesma forma que aquelas pessoas
os desprezíveis e enojantes olham.
Gosto dos que me fazem pensar se sou desprezível ou enojante para eles. E mesmo não pensando
sentindo ou esperando as mesmas coisas que os de fácil leitura pensam, sentem e esperam, nunca vou me sentir confortável com esses que não consigo ler.
É disso que gosto.
Uma forma passiva de me relacionar. Não ter o poder sobre o agora, sobre os próximos passos, as próximas sensações...
Algumas dessas pessoas me inspiram.
estão aqui neste texto. Na forma de escrever, nas palavras
nos adjetivos
nos verbos que usei.
Todos esses estão na minha cabeça (da mesma forma que se pode estar no coração).
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