sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Os terceiros

Sei que da minha boca (ou dos meus dedos) não tem saído muito das palavras que aqui são postadas. Não tenho conseguido pensar em nada mais além dos presentes nos quais vivo. Nos próximos segundos, e quem sabe nas próximas horas. Quando me perguntam o que eu tenho feito, um bloco pesado de informações passa rápido e logo cái, no que posso chamar de minha cabeça. Quando abro a boca para a resposta, o vazio é evidente.

Não estou em condições de fazer nada à não ser o que já tenho feito e, se você me perguntar o que eu tenho feito, novamente, não conseguirei lhe dizer.

Sei que não muita gente visita aqui, e poucas vezes quis que fosse diferente. Hoje posto pra mim mesma e, se alguém ver, até me incomodo.
Para os que aqui passam e lêem, deixo os poemas e palavras de terceiros.

-
Poema no. 14 - Mauricio de O. F.


escrever poemas
não salvará o mundo

a vida segue sendo
hipócrita e
absurda

após o poema
quem tem fome seguirá com fome
quem morreu seguirá morto
quem sobreviveu seguirá

o poema não muda nada
o poema não muda

Nenhum comentário: