sexta-feira, 2 de julho de 2010

Minhas horas não-pagas

Se do meu trabalho, tiro o meu pagamento.
Das minhas horas de trabalho, não tiro nada... Aprendi com Marx. O penso que aprendi.
Dá muito trabalho tentar me mostrar o que e como (penso que) sou...

E mesmo assim, você me vê como quer me ver. E isso sim, não aprendi, nem com Marx, nem sozinha.
Simplesmente não aprendi ainda!
A gente enxerga com nossos olhos, não com vidro limpo. Nossa vista é seletiva, pode ser turva, pode se confundir, pode mascarar, pode camuflar. Nossos olhos vêem como nós vemos, e não vice-versa. E eu preciso muito aprender isso.

Isto é, se me vejo como vejo, é porque quero ver-me assim.
Se me vê como má, oportunista e manipuladora, é porque queres me ver assim. Ou para me odiar, ou para que me odeiem.
Mas se você nunca me contar isso, nunca poderei tentar melhorar, e você só continuará me odiando cada vez mais.
Hoje vejo. Não guardo mais rancor dos que me causaram mal. Mesmo que propositalmente. Pode ser um erro, posso estar sendo inocente demais, mas não há nada de bom que posso tirar do rancor e da amargura...

E a partir de hoje, tentarei não guardá-los, mas sim expô-los, ou expulsá-los.
Espero que um dia você aprenda a fazer o mesmo, e eu possa me desculpar por o que quer que tenha te feito para que me odiasse assim, agora. E assim, teremos sido pagos pelo tempo que trabalhamos esses sentimentos.

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