terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Amigo.

Engraçada ironia.
Estou num momento de fraqueza muito, mas muito doloroso, sabe. É normal, sempre passo por ele, pois, como ser humano, e errante, sou orgulhosa. Consciente e inconscientemente.
Como se procurasse a dor pra sentir-me mais viva. O que é, de novo, ironia, pois essa dor parece tão forte no momento, tão única e indestrutível, que faz com que eu queira simplesmente sumir. Implodir, desaparecer, me engolir, e ser engolida.

Essa dor se faz, porque conheço a amizade por uma série de coisas; ações, sentimentos e condutas. Infelizmente, não se sabe o que o outro tem por amizade... E então, eu deposito todas essas coisas que tornam uma pessoa minha amiga nesse outro qualquer, e espero que ele consiga segurar. Do jeito que eu penso que consigo.
(Dá para ver no que isso dá, não?!)
E eu não consigo enxergar como eu posso estar errada, em entender a amizade desse jeito. Não consigo mudar como me porto quando um "amigo" precisa. Não consigo ser outro tipo de amiga, nem esperar que sejam, de certa forma, menores, menos bons comigo.

Pois bem, um alguém soube carregar tudo que eu joguei no colo dele, talvez porque também conhece a amizade como eu conheço, talvez porque sente que eu preciso de alguém que pelo menos tente, e se esforça mais para tentar alcançar essas metas absurdas que eu imponho. Das duas alternativas, o resultado final é uma pessoa de toda boa. E eu não tenho palavras melhores para descrever senão essa: Boa. Singelo, mas para mim, significativo. Assim como "amigo".
E esse alguém, essa amiga, me mandou um vídeo que fala sobre a nossa relação com algo que eu não entendo direito, e não acredito... Por não entender, ou justamente entender completamente. Não importa. O que importa é que esse vídeo fala do que é a chuva, e o que ela significa nessa relação.
Assisti, e confesso, pela primeira vez eu chorei. Lágrimas correram insanamente, livremente, pelas minhas bochechas e lábios, caindo na minha roupa e deixando-a molhada até agora. Me trouxe uma confusão, e me fez ver, de novo, como tudo é uma ironia...

Minha relação com a chuva sempre foi boa. Eu adoro a chuva. Espero a chuva quando vejo as nuvens cinzas, e quando ela chega enfim, saio para sentí-la.
Mais ou menos como já disse, as vezes acho que persigo a dor.
E é isso que o filme fala. A chuva como se fosse a dor. E talvez eu, ao persegui-la, persigo a dor, pois sei que é nesse momento que precisamos mais, que percebemos um amigo, e sentimos o abraço dele forte, dizendo que ela, a chuva, a dor, vai passar, e que enquanto não passa, ele está lá conosco, um amigo como eu acho que deve ser.


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