quinta-feira, 7 de julho de 2016

Carta do novo (tipo de) romance

Há quase dez anos atrás a gente se conheceu. Mas eu me apaixonei pelo seu melhor amigo. E, assim, eu não quase lembro da sua presença.

Por quatro anos a gente se encontrou e conversou e conviveu, mas eu, apaixonada pelo seu melhor amigo, nem soube que, na verdade, tens o lindo nome de Francisco. Não botei reparo. Mas ja sabia o meu tipo preferido de olhar do seu melhor amigo.
Lá pelo quarto ano eu perdi a virgindade pro seu melhor amigo, no chão da sala da casa de minha mãe, admirada pelas cores do seu melhor amigo. E os anos subsequentes foram repletos de novos conheceres sobre seu melhor amigo e você estava lá, lindo Francisco, como uma parte do miolo da flor, aquela tão importante base nonde se sustentam as frágeis pétalas que eram o apaixonante Luan que ia conhecendo.
Percorri as bordas dessas pétalas por tanto tempo até que pude ver, por acaso ou consequência fatal, enfim essa parte do miolo da flor.
E a gente se deitou. Se abraçou. Senti sua bruta ternura, e uma ideia de ciúme e posse que deixaram tanto tempo que eu ficasse a admirar somente pétalas de flores pairou no ar como uma manta translúcida.
Como eu posso amar Luan sem amar você, ou as outras partes todas, pessoas, que fazem das pétalas luanescas a flor linda que é?
Nessa singeleza de amor a gente romanceou esse novo (tipo de) romance tão particular. Duro e suave.
Nós nos penetramos ambos entre corpos gestos e palavras. E você me disse que acreditava que eu era a mulher da vida dele. Mas ele podia ter estado la conosco e não esteve. Eu não posso mentir; quis e não o quis lá. Quero-o e não quero-o o homem da minha vida. (De um certo modo, ele estava. Ele sempre está comigo)
Espero tanto. Mas com ele você fica escondido.
Talvez agora que eu tenha descoberto-o, não quero que fique escondido de novo por essa esperançosa paixão com amor e posse, mas não sei também como ela pode ser outra paixão com outro novo (tipo de) romance. Também não sei se ela pode ou deve ser morta.

Toda escolha é um infinito de renúncias. Será que tê-lo descoberto foi uma escolha por renunciar ao que te escondeu até hoje?
Sinceramente espero não tê-lo pintado de Luan, de Guido, para chamar de novo (tipo de) romance aquele velho, de paixão e posse e apego meus. Sinceramente espero não estar achando novas maneiras de desrespeitar a mim, a você, insistindo nos romances (do tipo) velhos com novas facetas. Facetas que escolhi não ver por quase dez anos.
Eu descobri que o amo porque amei e ainda amo e quem sabe ainda muito amarei Luan. Mas esse tipo de novo tipo não me parece querer dizer que não amo para além de Luan.
Eh!


Quero muito e posso pouco, acho.

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