quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

E então veio a ansiedade.




Sabe, faz eras que eu não consigo nem imaginar o que é sentar na frente dum teclado e escrever um texto. E a isso nem sei se sou capaz de atribuir todas as causas. Acontece que a cada palavra já escrita aqui (sim, essas poucas dezenas até então), eu cocei o nariz, a orelha, mexi no cachinho da nuca, olhei notificação do facebook, movi a tela do note, cocei o nariz de novo com a outra mão, reli o que escrevi, troquei palavras, mordi o lábio, percebi uma pelinha solta dentro da boca, respirei fundo, perdi a linha de raciocínio, reli o que escrevi...uf... enfim.
Acontece que a cada decisão que eu tomo há uma série de outras coisas, de tiques nervosos a distrações, que eu faço ou que me acometem, enfim, que tornar todo exercício, toda atividade, inclusive e especialmente todo descansar, um gasto incrível de energia. Meu coração acelera e minha respira se torna dura, curta, ofegante entre algumas e incontáveis vezes por dia.
Você deve respirar profundamente, inspirar, contar, expirar, inspirar, contar, expirar, mas só o que é possível é pirar, pirar pirar. Somos tão ansiosos. Somos tão pirados. Somos tão normais.
E é claro que nada termina na minha vida. A não ser, claro, as pessoas que vão embora, insistentemente querendo (ex)terminar-se. Queria dizer a vocês que nada termina na minha vida. Quando eventualmente eu estou aqui escrevendo e olhando e-mails e criando tumblrs e apagando histórias e estudando e compondo e pintando e riscando e me atormentando, e acabara de ver você na internet e acabara de excluí-lo para que não me atormentasse ausência - porque a vida na internet é uma vida a parte - você reaparece me perguntando como vou. Eu vou ansiosa. Bem.
Perdi a razão disso. De escrever sobre tudo que vira isso mesmo, puxar cabelos do cocoruto, pensar em vocês, re-s-pirar, acender um cigarro, tremer, sus-pirar, suspender... Posso continuar por dias. Estou há dias. Entre abraços e dores, viver é fácil, é só seguir. Uma pena. É necessário mais que isso para morrer. Seguimos. Já sorrio de novo. Parece tudo ok. Me deixa, tá?!

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