sexta-feira, 29 de maio de 2015

É preciso admitir (ou Tão íntimo que talvez não precisasse estar aqui)

"Todo tempo quanto houver pra mim é pouco
Pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco
Todo tempo quanto houver pra mim é pouco
Pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco"

Eu o amo tanto. Sou fascinada por ele. Assisto-o vestir a camisa como que um evento. E quando acordo, sempre antes dele, não resisto achar um modo de acordá-lo também. Dou beijo, faço café, carinho, cochilo com o nariz entre as asinhas das costas e o braço sobre o torso. Dou mais beijo, fumo um cigarro, leio, mas paro e desenho. Ele. Escrevo. Ele. Olho-o espreguiçar-se. Olho-o dormir. Olho-o.
Eu o amo tanto e sou fascinada por ele. Sinto a vibração de seu corpo quando chega perto de mim. Quando passa sem tocar. Quero tocá-lo e ele está passando. Ele está passando.
Eu o amo tanto, mas sou fascinada por ele. Não resisto o tanto que sou carente de seu abraço. De seu olhar. De sua existência em ou para mim. E quando percebo isso, quero parar. Mas ele está vestindo a camisa, e espreguiçando, e me beijando, e passando. Ele está passando.
E essa fixação precisa passar também. Para ele ficar.

Porque eu não posso seguir sendo tão fascinada e amar. É inconsistente. E ele teria seu amor afetado por essa fascinação doentia. E ele seria também afetado.
E porque eu tenho pouco auto amor e muito por ele amor, eu tento afastar a fascinação. E não consigo.
Eu queria conversar tantas coisas com ele. Ele fica tão mudo. Eu fico tão muda.
Eu o abraço. E acaricio-o. E beijo-o. E sou fascinada por seu pau. E ele as vezes se incomoda e eu me sinto um lixo deprimente. E outras vezes ele gosta e eu preciso fazê-lo gozar.
E a gente transa. E eu estava tão feliz que quase pude, realmente, chorar. Eu sou tão fascinada por ele!

"Todo tempo quanto houver pra mim é pouco
Pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco
Todo tempo quanto houver pra mim é pouco
Pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco"

Não conversando, eu fico pensando. E ele fica pensando. E eu me afundo. E não sei para onde ele vai. Queria que não fosse. E entristeço novamente. E ele também ama tanto. E eu de repente tenho raiva. De todas aquelas "outras". Que eu nunca tive. E eu me vejo falocêntrica.
Penso se eu sou fascinada pelo seu e tantos outros paus, porque eu gostaria de ter um. E isso seria um twist no enredo da minha vida. Mas daí quem sabe eu já não fascinaria tanto por outros.
E isso é apenas uma nota de rodapé, um parêntese. E eu volto a fascinar. E procurá-lo. E dizer que o amo. E esperar que ele me diga de volta. E quando ele me disser, eu vou achar que não é sincero, pois eu o pressionei com tanto que eu disse. E tudo o que ele fizer eu vou achar que é por dó. E eu vou me odiar mais. E quererei mais, claro, ele. Para me abraçar, me chupar, me olhar, me amar. E eu me amar.

Não. Eu o amo tanto, que eu preciso parar.

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