Ode à pequenez.

Gente grande não erra.
Não erra porque o seu plano tem lado A, B e C.


Gente grande não peca, porque teu plano tem parte A, B e C
(E a parte C geralmente consiste em algum truque especial composto por, entre outras coisas, muito confete)

Gente grande também não goza. Não sei o que acontece,
mas parece que o gozo não os pertence mais. O gozo é da juventude
e a juventude não sabe nada sobre o que é ser gente grande.

Por isso explico:
Gente grande não dá gargalhada. Não dá! Nada tem graça incontrolável pra quem é gente grande.

Gente grande também não cutuca o nariz. Não é polido, e gente grande é polida.

Gente grande não se suja, também. Essa polidez é de corpo e (des)alma. Como que lustrado.
Extirpada toda lasca ou imperfeição da superfície.

Gente grande não dá cambalhota, não vira de ponta-cabeça.
Não se torce nem retorce, não muda de ponto de vista, porque gente grande gosta da verdade imutável e absoluta.

Gente grande não parece legal.