terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Meninice

Sái cuspindo palavras, seu cabelo desgrenhado, o portunhol importunando.

Intermitentes batidas mais fortes de coração fazem comer uma ou outra sílaba, tornando a compreensão menos possível através da mera atenção ao som.
Deve-se olhar para os lábios e não deixar-se perder pelas ilusões lisérgicas causadas pelo movimento - alguns diriam naturalmente - gracioso destes.
Os olhos viciosos e a pele suada indicam um típico calor latinoamericano. Os badulaques tilintando por entre os pulsos que falam junto da boca constróem o clássico conjunto que estranhamente não é desencantado.
Presto atenção em cada pinta e mancha na pele dourada, corro pequeno que sou pelos braços e contornos, desejoso do milésimo de segundo próximo qual encontraremos nossos olhares novamente, até que eles - os olhos - se percam e se busquem novamente.
Do pescoço desce a corrente que num terço tece o torso.
Busto sem pintos nem bocetas, o decote da camisa há de me seduzir sempre. Sigo atrasando o tempo que troco e correndo o tempo que perco; a toda hora ouvindo as palavras cuspidas, vendo os nós do cabelo transgredindo a silhueta, sendo importunado pela incompreensão das nossas estranhas línguas estrangeiras.

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