quarta-feira, 17 de julho de 2013

Contido - Lágrimas e monstros

Peço licença ao Selvagem Oscar, perco um pouco sem ter Me achado, Assis.
Lamentos não são argumentos.
Contar os goles das cousas, recolher os copos quebrados.
Contar os golpes, ousados, recolher os corpos, feridos, furados.
Usados.

Riscar as linhas tracejadas. Cobrir as córneas marejadas. Arrancar os fios eriçados,
frisar e defrizar.
Torcer, enrolar, trocar.
Mutante observar.

Cessar fogo, obcecar corpo.
Mato seco, copo seco. Vivo e seco.
Parte corpo, parte morto. Vivificar, vivissecar.


[...] Apaixonaram-no sempre os métodos das ciências naturais, mas o objetivo ordinário dessas ciências afigurava-se-lhe trivial e sem importância. E então começara por vivissecar a si próprio, como terminara por vivissecar os outros. Parecia-lhe que a vida humana era a única coisa que valia a pena investigar. Nada havia que se lhe pudesse comparar. Verdade era que, quando a gente analisava a vida no seu curioso cadinho de dor e prazer, não podia afivelar no rosto uma máscara de vidro, nem evitar que as emanações sulfurosas perturbassem o cérebro ou alucinassem a imaginação com fantasias monstruosas e sonhos horripilantes. [...]

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