terça-feira, 30 de agosto de 2011

Pensamento noturno I

As palavras, sempre tão deliciosas, deliciosamente lembram-me do quão deliciosas também são as mãos que as escrevem, e as suaves polpas dos dedos que tocam as teclas que resistem e soam, duramente, ao escrevê-las.
Resistem e soam duramente as teclas, mais do que qualquer som que que soa, ecoa de mim assim que essas mesmas suaves polpas, e não somente as polpas não me poupam do toque delicioso de dedos.
Deliciosamente lembro-me dos dedos que tocavam acompanhados do corpo que suave(dura)mente roça, podendo também ser descrito como delicioso.

Até que, ininterruptamente lembro-me, deliciosamente.
Abruptamente lembro-me sem tempo, "é claro, o tempo é apenas um sistema de contagem. Número com significados atrelado a eles".
Em tempo, sem tempo, anomalamente (minto),ao ler as palavras tão amargamente lembro-me: A gente nunca existiu.


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