domingo, 25 de setembro de 2011

Stupid

Ler e reler e reler. Ao ponto de se cansar, se esgotar, se esvair de qualquer necessidade de preencher-se dele.
Porquê será essa paixão-admiração tão grande? Será aquela necessidade de se apegar às coisas que não decepcionaram ainda? Será vontade de esperar essa decepção chegar, já que ela tem se provado sempre chegar?
Porquê será essa vontade estranha que passa de vez em quando, ao ponto de querê-lo para si como nunca quis ninguém antes?
E essa inconstância de querer e não querer, de admirar e desprezar, sem mesmo ter o mínimo de repsosta, mesmo do olhar, daquele que detém a inconstância dela?
Ele ou a imagem (lembrança) dele havia se tornado a  fina e frágil corda (linha) que a segura de cair num mundo que não interage como deveria, num mundo que paira e transita inarmoniosamente para os que olham do lado de cá.

A cada dia que passa seu corpo se transforma, melancolicamente em mero espaço preenchido por letrinhas ordenadas e desordenadas do que antes eram suas palavras.
Patético. Ali, jaz um ex-corpo, na memória da menina que não sabe como se desapegar de algo que não mais existe como forma real ou esperada.
O que diferencia uma lembrança de algo real? Se o passado não é hoje, não pode ser concreto e alcançável, então ele não existe. E se não existe, não pode segurar nada.
Então como pode segurá-la?

Então lembra-se que a vida não é fantástica. E a literatura e a arte e tudo o mais que ela se cerca de, não é barreira para a vida real. E a vida real diz-lhe que esta loucura não passa de delírio juvenil, e então ela se senta à mesa, junta seus rabiscos e seus pequenos projetos e espera o tempo consumi-la e consumi-los.
Ela sabe que é inútil, mas isso não a impede de esperar.

2 comentários:

Anônimo disse...

Alívio por existir a opção "Anônimo".


Vim pra dizer que você tem algo lindo.


E é isso.

FlapLop disse...

Poxa. Fico grata, "Anônimo". Espero desanonimizá-lo um dia, quem sabe batamos um papo legal, quem sabe você muda de idéia.. rsrs