Sabe, eu segui um caminho diferente...
Talvez minha estrada tenha sido menos tenebrosa.
Talvez menos árida.
Mas te garanto, minha estrada foi mais seca.
Minha estrada foi sufocante e o pequeno espaço me exigiu solidão.
Queria eu ter dado mãos com quem encontrasse no caminho e formasse uma barreira intransponível, como o(s) vi fazer.
Quem encontrei no caminho podia apenas ou passar à minha frente ou andar em meu encalço,
protegido pelo meu corpo desbravando em sua frente. Foram essas as duas experiências que tive na minha estrada.
Os que passaram a frente, optaram por jogar-me para fora da estrada, em busca de passaagem. Se eles tivessem escadas, sei que teriam usado-nas para passar por/em cima de mim.
E com esses eu aprendi: É melhor deixá-los passar, pois enfrentá-los significaria ter de continuar a caminhar com eles próximos.
Uma pessoa deste próxima não é confortável.
Os que ficaram ao encalço, foram boas companhias, confesso.
Mas com o tempo, todos mostraram a que estavam alí, tão próximos: o vento não os atingia, a névoa não incomodava seus olhos.
Tudo o que eu fui foi um escudo que entretinha.
Quando eu estive fraca demais para servir de proteção, ou eles cresceram demais sob os meus cuidados,
os vi pularem meu corpo cansado ou jogar-me para o lado para seguirem só, a seus fortes passos.
O pequeno espaço, as poucas e más companhias me exigiram esforços,
mas apesar de invejar as estradas largas, posso ver as garantias.
A autonomia, o autoconhecimento.
Os pés ao chão (pois não havia ninguém para me carregar quando eles cansassem).
A estrada não teve fim
A estrada não terá fim
O poema não tem fim
Nenhum comentário:
Postar um comentário