As coisas tinham cheiro de pó.
Pó mesmo, cocaína. Não faltava vida naquele lugar. As coisas não pairavam no tempo, recolhendo vidas alheias tomando para si e tornando inerte como a si próprio. Não. Aquilo não era lugar-nenhum. Era lugar-todo, lugar-tudo.
O tempo, maquinal, girava homogeneamente pelo ponteiro fixo do relógio de caixa num canto qualquer, mas, apenas, maquinalmente. Aos que ali se mantinham, ou melhor, aos que ali se moviam, somente o piscar de olhos ou mover agitado serviam de medida de antes-durante-depois.
Passado presente e passado distante. O que se vê, o que virá e o que se verá.
As coisas tinham cheiro de pó.
Atiçando sensações premonitivas e suspeitas de outras histórias e outros momentos...
As coisas tinham cheiro de pó.
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